DICOTOMIAS

MEMÓRIAS, CONTOS E POESIA por Hélder Gonçalves

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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Episódio irónico 40 anos depois de uma Revolução

25 de Abril de 1974

Revolução dos Cravos


                    

L




                                                   


... 40 anos depois!



No dia 25 de Abril, comemora-se o 40º aniversário da Revolução dos Cravos. A Democracia foi o alvo a atingir pelos capitães do Exército Português, nas principais vertentes da reposição das liberdades fundamentais como os da expressão e de reunião.
O regime mais cruel, mais obscuro de toda a história de Portugal - o chamado Estado Novo, liderado por uma oligarquia em que o seu chefe António de Oliveira Salazar era o lider sinistro,provinciano, apoiado pela Igreja Católica e por uma terrível polícia política que tinha a sigla de "PIDE" (Polícia Política e de Defesa do Estado") Foi a Revolução mais bonita da História dos últimos anos em que o povo veio para a rua, juntando-se, tal como eu no Largo do Carmo, apoiando os militares - os capitães de Abril - que estavam ali estacionados, com os seus carros de assalto, de canhões apontados para o último reduto onde estava entricheirado o chefe do governo que, entretanto, substituira Salazar,após a sua morte. Esse reduto era o quartel da Guarda Nacional Republicana. Aí ,nesse mesmo largo, onde estudei, na Escola Comercial Veiga Beirão, desenvolveram-se as cenas mais épicas de uma Revolução, que vinha a chamar-se, posteriormente, a "Revolução dos Cravos". Isto, porque, nesses momentos dramáticos de espera da rendição do último Ditador, as crianças que estavam às cavalitas dos pais,para melhor assistirem ao que se estava a passar, iam colocando espontaneamente, nos canos das espingardas, cravos de Abril, que lhes haviam sido distribuidos gratuitamente, pelas floristas de rua, numa homenagem a todos os militares alí presentes e num gesto eufórico da primeira sensação de liberdade - Estes episiodios fazem parte das melhores recordações da minha vida, dando-me a inspiração para escrever o meu livro "O REFÚGIO" Portanto, neste mês, no dia 25 de Abril estarei com os Democratas deste país, a lembrar em qualquer sítio com os artistas ainda vivos, a cantar Abril do grande Zeca Afonso e tantos outros que tornaram a revolução dos cravos, mais linda, dos tempos modernos. Portugal deve o seu avanço qualitativo em todas as áreas sociais a esses capitães patriotas que hoje são preteridos pelo governo de direita actual que, pela primeira vez,ironicamente, após a Revolução da reposição das liberdades fundamentais e do uso de expressão, proporcionadas a todos aqueles que estão sentados nas bancadas dos partidos representativos do Povo, não os deixam estar presentes, para discursarem  no dia 25, na Assembleia da República - por isso eu grito : ABRIL SEMPRE!
Imagens Google

Grandola Vila Morena
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5 comentários:

  1. Amigo Helder!
    Na noite do dia 25 de Abril estava eu a trabalhar no BES em Santarém e quando de carocha regressei a Lisboa parece que todos os carros tinham ficado nas garagens. Estradas desertas. Era uma alegria enorme, depois nos rostos das pessoas. Lembro-me do primeiro 1º de Maio de 1974 e na multidão humana que subiu a Alameda D.Afonso Henriques, em direção ao Estádio 1º de Maio, em todos se abraçavam, festejando em conjunto a Liberdade. Mas depois, ao aparecerem os partidos políticos essa união foisse desagregando e hoje chegámos a esta situação. Não foi para chegarmos a esta situação que os Heróicos Capitães de Abril fizeram a revolução, o Capitão Salgueiro Maia, que com os blindados tinha saido de Santarém, nessa noite, rumo ao Largo do Carmo, disse numa fase da sua vida « Não se importem do local onde eu serei enterrado, preocupem-se sim em defender aquilo que ajudei a construir» Dizia Marco Aurélio « Depressa te esquecerás de tudo; depressa todos te esquecerão» A primeira mensagem já aconteceu e a segunda, infelizmente, está a contecer. Um abraço do Simões.

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    1. Caro Joaquim, na evolução do Homem, e das civilizações, sempre houve avanços e recuos - nem por isso, o curso dramático da sua caminhada, rumo ao futuro, deixará de existir - porque "enquanto o Homem sonhar, o mundo pulo e avança"
      Bem Hajas pelo teu comentário
      Um abraço Hélder Gonçalves

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  2. Será que teremos outro 25 de Abril?

    Ou nunca mais?

    Nem sei dizer-te meu Anjo o que esperar desse tempo
    tempestuoso,ao menos naquela época existia dignidade,honra,sabia-se com lucidez o que defendia-se e o povo tinha lealdade aos seus principios, o povo honrava a pátria amada...Hoje pelas minhas observancias,cada vez mais vai escasseando quem lembra-se e aqueles que ainda deveras ama e demonstra esse amor ao seu pais.

    Mas como costuma-se dizer a voz da esperança: 25 de Abril Sempre!

    Para e em Ti um beijo e um cravo

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    1. Querida Roni - O Beijo quero-o todo para mim, quanto ao cravo dedico-o a todos os Democratas portugueses, muito especialmente aqueles que deram anos da sua vida nas masmorras da PIDE e às famílias dos que morreram no campo prisional da ilha do Tarrafal.
      Bem Hajas pelo teu comentário muito conhecedor da vida dos portugueses
      Um beijo
      ILY

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  3. Apenas isto: muito obg por esta partilha.. Tinha 17 anos mas foi marcante, até hoje e para sempre...

    Contudo, sabemos que estes tempos estão muito "confusos" para gente que se acha profeta...

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