DICOTOMIAS

MEMÓRIAS, CONTOS E POESIA por Hélder Gonçalves

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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Contabilidade da Vida - por Hélder Gonçalves


Homenagem de Silvia Mota - Peapaz




 Naquelas longas noites escuras de silêncios, só eu !
Nos balanços da escrita da  vida, do Deve e Haver
Da minha contabilidade registada, saldo esperado
Não apresentado  - o fecho ainda não aconteceu!
esperança  dos objectivos do que ainda poderei ter
coisas incertas e, também, do saldo do passado.

Nesta escrita organizada,  no livro  da nossa vida,
todas as contas serão arrumadas no Deve e Haver.
Também, documentos arquivados, em pasta própria,
aguardam o provedor -  um dia chegará de sortida:
pedirá contas se, porventura, alguém esteja a dever:
pelos maus atos praticados, injustiças na sua história

Desse balanço do Deve e Haver – no final das contas,
todos serão informados, na hora certa, do saldo final.
Confrontados com a gestão que, pelo tempo fizeram,
das suas vidas -  responderão pelo mal e as afrontas.
Recompensados serão se, o saldo , for de bom sinal,
ao contrário tudo pagarão pelo mal que tanto fizeram!

Destas certezas  que, um dia, farão parte da nossa vida,
em que o saldo encontrado na escrita do Deve e Haver
Dos arrependimentos tardios, farão a nossa consciência,
ou da paz tranquila de todos os justos, na sua partida,
 na apresentação do saldo  que,  um dia, irá acontecer
no julgamento de um tribunal, sem pena nem indulgencia!



Docarmo

Junho 2014

2 comentários:

  1. Confesso-te Meu Anjo que estou a reler outra vez mais

    o que tão doridamente escreves teu coração,naqueles momentos

    a qual chamas de "dia da grande lucidez".

    Essa análise por mais que tente ter-se a lógica do raciocínio

    para ponderar o que foi feito de entre erros e acertos,muitas vezes

    remete-nos para trilhos nem sempre agradáveis, mas é assim mesmo,

    é em actos assim que percebemos a diferença de quem realmente vive a vida

    sem dela fugir e quem apenas por ela passa, sem consciência alguma

    do que é viver plenamente, sem medo dos desafios, sem negar os abismos e muralhas

    que precisam de serem vencidas.

    Costumam dizer os lábios do populacho que Aqui se faz, aqui se paga"

    e todos tem o que merecem.

    Não sei...

    A existência humana e a complexidade do que achamos que é

    a realidade é por demais carregada de complexidade e confesso-te

    que certas coisas, escolho deliberadamente, passar ao largo,

    não por irresponsabilidade, mas sinceramente por já sentir que

    é árduo por demais o caminho das pedras.

    Estou quase tal qual o sambista que cantou "Deixa a vida te levar,vida leva eu..."

    (risos)

    Fazer uma autoanálise, um balanço lá vez enquanto capaz que faça bem

    que ajude a reorganizar o proceder nessa caminhada nem sempre

    fácil, nem sempre arejada o suficiente para poder respirar-se luz, mas

    que é necessário para quem valoriza o legado da vida.

    Uma criação bela,sábia, porem profundamente triste e que não

    deixa-nos margens para ouvidos moucos e olhares cegos.

    Como disse José Saramago:

    "A vida, que parece uma linha recta, não o é.

    Construímos a nossa vida só nuns cinco por cento,

    o resto é feito pelos outros, porque vivemos com os

    outros e às vezes contra os outros.

    Mas essa pequena percentagem, esses cinco por cento,

    é o resultado da sinceridade consigo mesmo."

    ILY forever

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  2. Querida Roni - Bem Hajas pelo teu refletido comentário. Sábio e recheado de sabedoria, com uma citação exemplar de José Saramago - a cereja sobre o bolo!
    Beijos ILY

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