Olho
para além  da janela,
A chuva cai de mansinho sem doer
Gritos  em contido silêncio.
Perto de mim, vejo a flor singela 
Será que ela entende meu sofrer?
Porque será que assim penso?
Em solidão, míngua do teu afeto,
Procuro-te em sobressalto,
Na página vazia do meu ser,
Escrita está, em rebuscado dialeto
Nossa história de amor - Tão alto,
 Que queríamos e não podemos ter
Olho para além da janela
Já não vejo a chuva  cair.
Mas teu vulto junto da flor,
Que plantaste -  Bem perto dela,
Agora, teimosa, continua a florir,
Testemunho vivo do teu amor!
Hélder Gonçalves 


Sem comentários:
Enviar um comentário